Deitado sobre a grama muito verde, aquele jovem de 15 anos mantinha a cabeça confotável apoiada no antebraço, tragando um cigarro enquanto observava as formas das nuvens no céu.
A vida parecia irreal, um paraíso, perfeita. Não podia ser explicada em palavras. Aquele sorriso não saia dos seus lábios, o cheiro do cabelo loiro ainda estava em suas narinas. Parecia que havia corrido uma maratona, sentia-se cansado, mas relaxado. Não havia muito sol, até poderia dormir ali. O gosto do corpo dela ainda em sua boca, era como se ainda estivesse sentido o toque dela.
Passava a mão em seu rosto, procurando alguma barba, não havia nada, mas sentia-se homem. Talvez fossem os cigarros que roubara do pai, talvez o corpo magro da vizinha viúva, talvez porque já não brincasse mais com seus carros de brinquedo, era apenas aquela sensação de maturidade.
Sobre o texto:
Foi escrito por mim, em 17 de agosto de 2009, e, sinceramente, é um dos meus preferidos. Ele saiu naturalmente, como tantos outros textos. Eu apenas sentei na frente do computador e pensei: "tô afim de escrever alguma coisa", aí ele surgiu. Apesar de curto, acho que expressa bem o ritual de "se tornar homem", pelo menos na minha concepção. Eu já o havia postado no meu blog antigo, mas relendo acabei querendo postá-lo aqui também. Espero que tenham gostado, apesar de não fazer muito bem o perfil deste blog...